Paraná em alerta contra vírus respiratórios: novas medidas e prioridade de atendimentos anunciadas

Foto: Alessandro Vieira/SESA

O Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), declarou estado de alerta em saúde pública para combater as Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). Uma nova resolução, a de número 1.014/2025, detalha as ações que os municípios devem adotar para prevenir e controlar essas doenças. Entre as medidas, estão o atendimento prioritário para pacientes com sintomas de SRAG e o reforço da vacinação em grupos prioritários.

A resolução tem validade de 90 dias e institui o Plano de Ação Estadual, exigindo também a elaboração de planos de ação municipais. Essas iniciativas visam frear o avanço dos vírus respiratórios.

Crescimento de casos e óbitos por SRAG no estado

Dados da Sesa mostram um cenário preocupante. Desde o início do ano, o Paraná registrou 10.635 casos e 523 óbitos por SRAG hospitalizada. Desses, 991 casos e 85 óbitos foram por Influenza. Apenas nove das vítimas fatais da gripe haviam se vacinado.

Entre 27 de abril e 31 de maio (semanas epidemiológicas 18 a 22), houve um aumento de 43,17% nos casos hospitalizados por SRAG, subindo de 3.164 para 4.530. Dos 399 municípios paranaenses, 222 (55,6%) apresentaram casos de SRAG hospitalizada, e 25 (6,3%) registraram óbitos.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, destacou a intensa pressão sobre os leitos hospitalares em todo o Estado. “Com essa resolução de alerta, instituímos o plano de ação para enfrentamento dessa síndrome respiratória aguda grave neste momento”, afirmou o secretário.

Testes rápidos e ampliação de leitos

Para agilizar o diagnóstico e tratamento, a Sesa iniciou a aquisição de 100 mil testes rápidos do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP). Com um investimento de R$ 800 mil do Tesouro Estadual, esses testes detectarão Influenza A, B e Covid-19, sendo distribuídos para UPAs, PAs de hospitais e UBS.

O diagnóstico precoce permite um manejo clínico mais eficaz. “Usar esse teste rápido do IBMP… possibilita o profissional de saúde entrar antecipadamente com o esquema terapêutico com medicação do oseltamivir (Tamiflu), auxiliando na recuperação dos pacientes”, explicou Beto Preto.

Recentemente, a Sesa autorizou a abertura de 58 novos leitos em Curitiba, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa para suprir a crescente demanda por internações de SRAGs. Há ainda capacidade para a abertura de, pelo menos, mais 200 leitos, sendo 50 de UTI e 150 de enfermaria. Atualmente, a taxa de ocupação de leitos no Estado é de 88% de UTI e 62% de enfermaria, com 10% de UTI e 6% de enfermaria destinados a casos de SRAG.

Crianças e idosos são os mais afetados

Neste ano, o número de internações por SRAG em crianças e idosos superou os dados de 2024. Foram 5.765 internações de crianças até cinco anos (aumento de 14,12%) e 6.937 de idosos acima de 60 anos (aumento de 19,66%). Quase 80% dos pedidos de internação na Central de Leitos referem-se a esses dois grupos.

Vacinação é essencial para conter o vírus

A resolução da Sesa também reforça a importância da vacinação contra a gripe influenza. O Vacinômetro Nacional indica que 2.462.215 doses foram aplicadas, resultando em uma cobertura geral de 42,11% entre idosos, crianças e gestantes. As coberturas individuais são de 46,03% para idosos, 33,74% para crianças e 30,83% para gestantes. A meta é alcançar 90% em cada público-alvo. O Paraná já recebeu e distribuiu 4.188.000 vacinas do Ministério da Saúde.

Circulação viral e Covid-19 em atenção

O boletim mais recente de monitoramento viral aponta que 47,9% (1.267/2.643) das amostras processadas pelo sistema Sentinela testaram positivo para vírus respiratórios. Desse total, 283 foram Influenza e 1.009 outros vírus respiratórios, com 48 amostras apresentando codetecção.

A Covid-19 também exige atenção. Entre 29 de dezembro de 2024 e 31 de maio de 2025, o Paraná registrou 14.600 casos e 94 óbitos por Covid-19, com incidência de 125,9 casos e taxa de mortalidade de 0,81 óbitos a cada 100 mil habitantes.