Repórter de Maringá É Indiciado por Envolvimento com Organização Criminosa

Foto: Fábio Dias / EPR

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) indiciou um jornalista de Maringá por suposto envolvimento com uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas e homicídios na região. Durante uma operação realizada na manhã desta quinta-feira (8), o celular do repórter foi apreendido, após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.

Apreensões e Investigações Anteriores

No início de 2023, a PCPR conduziu várias operações em Maringá, com a execução de mandados de busca contra membros de uma organização criminosa. Durante essas ações, diversos celulares foram apreendidos, incluindo o de um integrante da organização que morreu em confronto com a polícia na operação “Todos Por Um”, realizada em meados de 2023.

Uso da Profissão para Facilitar Crimes

A análise do celular apreendido revelou que o repórter, utilizando o acesso proporcionado pela sua profissão, repassava informações confidenciais sobre investigações policiais, incluindo apreensões de drogas, detalhes sobre homicídios, além de dados sobre autores e vítimas dos crimes. Ele também fornecia informações sobre a localização de equipes de segurança e divulgava detalhes de operações policiais antes de sua execução, comprometendo o sucesso das ações.

Conversas Reveladoras e Colaboração Criminosa

De acordo com o delegado da PCPR, Leandro Roque Munin, as investigações apontam que o repórter alertava os criminosos sobre a atuação policial e fornecia detalhes precisos de operações em andamento e futuras. Em uma das conversas interceptadas, ele avisou um dos líderes da organização sobre uma operação iminente: “Recebi uma informação agora, tô indo para o local. Diz que balearam um cara na Mandacaru agora, em frente do Kennedy.”

Incitação à Violência e Divulgação de Operações

O repórter também enviava fotos dos locais de crimes e das vítimas para os membros da organização criminosa, permitindo que eles evitassem a captura e frustrassem as investigações. Em outra mensagem, ele descreveu o local de uma apreensão de drogas e as movimentações da polícia em tempo real: “Essa carreta tava lá estacionada no G10, ali na Morangueira. Ele pegou essa droga em Foz do Iguaçu e ia levar para Minas Gerais.”

Um dos trechos mais incriminadores das conversas mostrou a gravidade da ligação entre o repórter e os criminosos. O jornalista não apenas fornecia informações, mas também incentivava atos violentos. Em uma mensagem, ele disse: “Hoje foram para matar ele e erraram os tiros. Inclusive, deram uma recompensa de R$ 5.000 se alguém matasse ele.” Em outra ocasião, ele mencionou: “Então menino, tinha que ter feito ele né. Para a gente filmar ele no chão.”

Consequências e Ação da PCPR

Com base nas evidências coletadas, o repórter será indiciado pelo crime de integrar organização criminosa, conforme o artigo 2º da Lei 12.850/2013. A Polícia Civil do Paraná reafirma seu compromisso com a segurança pública e a luta contra o crime organizado, garantindo a proteção da população paranaense por meio de investigações rigorosas e operações bem-sucedidas.

Fonte: PCPR