O alerta do Corpo de Bombeiros Militares do Paraná (CBMPR) sobre o aumento dos incêndios florestais, previsto durante o 1º Workshop de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal em maio, está se concretizando. Até esta quinta-feira (22), foram registrados 9.344 incêndios em vegetação no Estado, um salto de 132% em comparação com os 4.011 incidentes do mesmo período em 2023.
A capitã Luisiana Guimarães Cavalca, da Câmara Técnica de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal do CBMPR, destacou que o aumento não se refere apenas ao número de ocorrências, mas também à área queimada e ao tempo necessário para extinguir os focos de incêndio. As condições climáticas, como altas temperaturas, baixa umidade e falta de chuvas, têm contribuído para a proliferação dos incêndios, tornando agosto de 2024 especialmente severo.
A região da Ilha Grande e Alto Paraíso, no Noroeste do Paraná, é uma das mais afetadas. Sete bombeiros, com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), trabalham para controlar as chamas. A chegada da chuva na sexta-feira (23) ajudou a amenizar a situação.
Outras áreas como Maria Helena, Cianorte e o Parque de Vila Velha também sofreram com incêndios intensos neste mês. Somente em agosto, até o dia 22, o Corpo de Bombeiros atendeu a 2.274 chamados de incêndios florestais, um aumento significativo em comparação com os 955 atendidos em todo o mês de agosto de 2023.
Operação Quati João e a Preocupação com a La Niña
Como parte da Operação Quati João, o CBMPR tem realizado reuniões regulares com entidades civis e governamentais para discutir estratégias de combate aos incêndios florestais, com o apoio do Simepar. A chegada da La Niña, prevista para setembro, aumenta a preocupação, pois pode tornar o ambiente mais seco, favorecendo a propagação dos incêndios. A capitã Luisiana lembrou que, durante os anos de influência da La Niña entre 2019 e 2021, o Paraná registrou mais de 12 mil ocorrências florestais por ano, em contraste com os cerca de 5 mil de anos normais.
Apoio do Instituto Água e Terra (IAT)
O Instituto Água e Terra (IAT) tem dado suporte significativo ao combate aos incêndios no Paraná, mobilizando equipes e utilizando aeronaves especializadas para despejar água em áreas de difícil acesso. As operações incluem ações em locais como a Ilha Bandeirantes, no Parque Nacional de Ilha Grande, e o Parque Estadual de Vila Velha.
Causas e Medidas de Prevenção
Embora fatores climáticos e geográficos influenciem a propagação dos incêndios, a principal causa é a intervenção humana, responsável por cerca de 90% dos incêndios florestais, seja de forma intencional ou acidental. A capitã Luisiana reforça a importância de medidas preventivas, como a destinação correta do lixo, evitar queimadas e apagar fogueiras de forma segura. Em caso de incêndios de pequeno porte, recomenda-se tentar apagá-los com balde de água ou mangueira e, se necessário, chamar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
Fonte: Agência Nacional de Notícias